20 agosto 2015

Relembrando 1986


Contagem regressiva para a estreia de Cambalacho, no canal Viva. Muitos fãs da novela já começaram a entrar no clima. Desde a primeira exibição, em 1986, lá se vão 29 anos. Nessas quase três décadas que nos separam daquela época, a fama de "cambalacheiro" do brasileiro ainda continua de pé. Escândalos envolvendo corrupção e impunidade estampam, mais do que nunca, as capas dos jornais e revistas do país, assim como os telejornais. 

Por outro lado, várias coisas mudaram em nossos hábitos de consumo e em nossa rotina diária. Vamos dar uma olhadinha em 1986 e tentar fazer um paralelo com 2015. Para quem viveu aquele tempo, será uma visita rápida ao passado. Para quem ainda não era nascido, vai ser divertido conhecer um pouco de algumas coisas que marcaram aquele período. (Para ampliar as fotos, é só clicar sobre elas.)


Com o Plano Cruzado, o então presidente José Sarney iniciou a batalha contra a inflação, enquanto os preparativos para uma nova Constituição começavam a tomar forma.




Novela das 6 era Sinhá Moça, das 7 Cambalacho e das 8 Selva de Pedra (remake). Todas da Globo.



E teve também Dona Beija, que fez enorme sucesso na TV Manchete.



Com linguagem revolucionária e muitas referências à cultura pop, Armação Ilimitada fazia a cabeça de adultos e crianças.



Tênis coloridos, apesar de já estarem na moda, eram bem diferentes dos de hoje. Esse All Star baixinho era febre e existia em tudo quanto é cor.



Os sapatos não ficavam de fora da moda colorida.




Roupa da Cantão não podia faltar. Era peça quase obrigatória.



Computadores começavam a aparecer no Brasil, mas ainda estavam longe de fazer parte da rotina dos brasileiros. Só chegaram pra valer 10 anos depois. 



Videogame era o Atari, sonho de consumo da meninada.



Câmera digital? Nem pensar. No máximo, você podia escolher a cor da sua câmera.



O cheque estava em alta e era aceito em todos os lugares.



O cigarro ainda era extremamente popular, tanto entre os jovens como entre os mais velhos.





Os fumantes nao eram mal vistos como hoje. Tinha até xaropinho especialmente para a tosse e o pigarro deles.



Sem celular, o jeito era utilizar os orelhões públicos. Para não ficar na mão, era só andar com fichas.




Quem queria arrasar nas playlists não ficava sem um bom estoque de fitas cassete.



A bebida chique e muito difundida nas novelas era o uísque. A cerveja não era tão descolada como hoje. E os vinhos ainda custavam muito caro e a variedade era pouca no mercado.




Nas tardes de sábado, Abelardo Barbosa marcava presença com o inesquecível Cassino do Chacrinha






Cacau Show? Kopenhagen? Que nada. Lacta, Nestlé e Garoto eram os chocolates do momento.





Bem antes do sertanjeo universitário, ostentação era Milionário & José Rico.



Maionese light ou zero? Nenhuma das duas. Era a normal mesmo.



Relógios com pulseiras coloridas eram mania nacional. Os estojos vinham com várias.




A revista infantil do palhaço Alegria era, de fato, a alegria da criançada.



Ninguém imaginava que um dia haveria TripAdvisor. O Guia 4 Rodas era a bíblia para os viajantes e mochileiros da época.



Televisão com controle remoto era um luxo. 




E como não havia telefone celular nem internet, as TVs portáteis, moderníssimas, era um must.




Netflix pra quê? Se você tinha um Semp Toshiba 4 cabeças, era só se associar a um videoclube e alugar o filme de sua preferência. Um luxo só!



Muito antes da campanha publicitária do Boticário causar polêmica, a marca já era presença no Brasil afora.



E 1986 foi ano de Copa. O Brasil pode não ter sido campeão, mas muita gente ainda se lembra dos minúsculos shorts que os jogadores usavam.




Aliás, não só os jogadores usavam shorts bem curtinhos. Todo mundo usava. Era até difícil diferenciar os modelos masculinos dos femininos.



A grande mudança de 1986 não foi a saída de Xuxa da Globo para a Record e sim da Manchete para a Globo. Naquele ano, a futura Rainha dos Baixinhos iniciou seu reinado com o Xou da Xuxa. "Beijinho, beijinho, tchau tchau" virou bordão no país todo.






Quer luxo maior do que poder secar o cabelo e ainda passar sua roupa? Isso mesmo. Tinha até secador que virava ferro de passar.



A L'Oréal já estava na área. "Porque você merece."



Quem quisesse arrasar no visual, tinha que usar o gel purpurinado New Wave. Minha mãe besuntava meu cabelo toda vez que me levava a alguma festinha de aniversário.




Creme hidratante era Davene, claro.



O Halley, famoso cometa que visita a Terra a cada 75 anos, fez sua última aparição justamente em 1986. Por alguns momentos, ele ficou (mais ou menos) visível até mesmo a olho nu. Passei horas olhando para o céu e não vi nada...




Falando em corpos celestes, Madonna ainda era uma estrela em ascensão e lançava seu terceiro álbum, True Blue. Mas já tinha mostrado que havia chegado para ficar.




Outra cantora fazia enorme sucesso: Sandra. Hoje é uma ilustre desconhecida, mas em 1986 não havia quem não escutasse (I'll Never Be) Maria Magdalena pelo menos três vezes por dia.





Mas a grande estrela era mesmo Tinna Turner, que lançava seu sexto álbum solo, Break Every Rule.





Legião Urbana, ainda recente, lançava seu segundo LP, Dois. Mas o grupo já era reverenciado como um dos maiores do rock brasileiro.




A modelagem física estava no auge da moda, com os novos ídolos Sylvester Stallone ("Rambo") e Arnold Schwarzenegger ("O Exterminador do Futuro").



Comprar carro era bem mais difícil do que hoje. Automóvel era artigo de luxo.





O Almanaque Abril ("uma grande enciclopédia em apenas um volume") era o Google da época.



Mas sem Google, como aprender a letra das canções internacionais ou entender o significado delas? Simples: pelas revistas.



Muito antes de polêmicas na vida pessoal, Monique Evans estava no auge da carreira e da beleza. (E a Playboy ainda estampava suas capas com mulheres famosas).



Entre os best-sellers daquele ano, estavam Bufo & Spallanzani, de Rubem Fonseca; Olga, de Fernando Morais; Se Houver Amanhã, de Sidney Sheldon; As Brumas de Avalon, de Marion Zimmer Bradley e O Amor Nos Tempos do Cólera, de Gabriel García Márquez.








O bom e (nem tão) velho Dicionário Aurélio estava de cara nova. Visual moderníssimo.




Antes de joguinhos de smartphones ou iPads, a molecada se divertia mesmo era com o Mico.



Essa foi apenas uma pequena amostra das tantas coisas que faziam parte do nosso dia a dia em 1986. A viagem foi curta, mas as lembranças continuam bem vivas. Ainda mais agora, com a volta de Cambalacho.