27 janeiro 2010

Abra suas asas, solte suas feras...


Há exatos 31 anos ia ao ar o último capítulo de um dos maiores fenômenos da teledramaturgia brasileira: Dancin' Days. Em 27 de janeiro de 1979 o Brasil parou para acompanhar o fim da trama de Gilberto Braga, que havia hipnotizado o país nos últimos seis meses. Escrita por Gilberto Braga e dirigida por Daniel Filho, entre outros, a novela foi o berço de vários astros e estrelas que definiriam a próxima década. A trama era bem simples (mais uma prova de que para uma novela fazer sucesso não são necessários enredos mirabolantes nem complexos): acusada de atropelar e matar um guarda noturno, Júlia Mattos (vivida por Sônia Braga) é condenada a 22 anos de prisão. Após cumprir metade da pena, consegue liberdade condicional.


Júlia tenta a duras penas reconstruir uma vida normal e se livrar do estigma de ex-presidiária. Seu maior desafio é reconquistar o amor da filha Marisa (Glória Pires). A menina foi criada pela irmã de Júlia, Yolanda Pratini (Joana Fomm) e seu marido Horácio (José Lewgoy), um casal conhecido da alta sociedade carioca. Mas Yolanda, com medo de perder a sobrinha, dificulta a aproximação entre mãe e filha. A rivalidade entre as duas irmãs é o tema central da trama. E também o conturbado romance entre Júlia e Cacá (Antônio Fagundes).

Entre personagens secundários que roubaram a cena, destaque para Yara Amaral e Pepita Rodrigues, que viveram as irmãs Áurea e Carminha, respectivamente.

Lídia Brondi, Lauro Corona e Glória Pires - ainda bem jovenzinhos - foram alçados à categoria de estrelas da nova geração. Sônia Braga ditou moda com suas calças de cetim estilo boxeador e meias soquete de lurex com sandálias salto agulha. Nem é preciso dizer que a novela virou coqueluche no Brasil, espalhando de vez a moda das discotecas por aqui.


Com Dancin' Days, Gilberto Braga se consagrou como autor de novelas das oito e inaugurou seu estilo dramatúrgico, marcado pela crônica de costumes e pela discussão dos valores da classe média e das elites urbanas. Detalhe: ele a escreveu sozinho. Dancin' Days mereceu até mesmo uma reportagem na revista norte-americana Newsweek, em novembro de 1978, destacando a influência que exercia sobre os hábitos de consumo do público brasileiro. O tema de abertura, das Frenéticas, é hit obrigatório das festas até hoje.


Um comentário:

  1. Até q enfim...Luz no meio de tantas trevas, Lídia Brondi novinha e mais que linda...Amo

    ResponderExcluir