30 janeiro 2009

A volta dos que não foram


Aqui estou eu de novo, para outra tentativa de fazer este blog funcionar. Deixei o coitadinho mofando virtualmente por mais de 6 meses... Admito que a culpa é toda da minha preguiça, mas tentarei novamente. Não prometo atualizar todos os dias, mas pelo menos toda semana já é um bom começo. Que 2009 seja rico de novidades (boas)!

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Ando deslumbrado com a facilidade de se conseguir música na Internet hoje em dia. Eu, que sempre fui atrasado em matéria de tecnologia, só agora recentemente (de uns 2 meses pra cá) aprendi a baixar músicas. Tudo por causa de uma comunidade fantástica do Orkut, que coloca à disposição do internauta milhares de álbuns completos de todo tipo de música. Tenho me deleitado com as raridades de Henry Mancini, por exemplo, e com as trilhas sonoras de filmes e novelas antigas. Meu forte, aliás, sempre foi a "música do passado".

É comum ouvir os jovens chamando a música do tempo de seus avós de "música de velho". Mas existe tal categoria musical? É claro que não. Se a música é boa, não importa se é antiga. O importante é saber ouvi-la para poder apreciá-la. E para isso é preciso, antes, ter acesso a ela. Por sua vez, a maioria das pessoas mais velhas reclama que já não se faz música como antigamente. "Música boa era a do meu tempo", dizem. Mas o "meu tempo" passou e evoluiu. A produção pode não ser tão inovadora quanto a de tempos passados, mas certamente as opções hoje são infinitas.

Em meio a tantos avanços tecnológicos, a "música do meu tempo" à qual os mais velhos se referem tornou-se atemporal, fashion, clássica e, como os clássicos, nunca envelhece. Ao contrário. Ressurgiu forte, em novos formatos, mais acessíveis e práticos. Saem os LPs e programas de rádio e entram a Internet, o CD, o MP3 e os famigerados iPods. Nesse cyber caldeirão, orquestras da era de ouro do jazz se encontram com o rock psicodélico dos Beatles, que por sua vez se misturam às ondas da bossa nova, ao rock progressivo, à MPB, ao samba de raiz, às baladas de Elvis, aos noturnos de Chopin e por aí vai. O fato de um estilo ser sucedido por outro (teoricamente mais atual) não significa que o anterior tenha que deixar de ser cultivado.

Tudo bem, nunca é tarde para se descobrir tesouros musicais e os jovens ainda têm chance de se redimir. A diferença é que hoje os mais velhos também podem desfrutar desse prazer e isso é fascinante. Em alguns minutos é possível resgatar música da melhor qualidade, que andava sumida ou esquecida, e colocar em um iPod, por exemplo. Pesados discos de vinil do passado, coleções inteiras podem ser compiladas em um aparelho do tamanho de uma caixa de fósforos e carregadas para qualquer lugar, dentro do bolso mesmo.

Na Internet há centenas de páginas que colocam música de primeira à disposição dos navegantes. E isso não é exclusividade dos mais jovens, pois a web é aberta para quem quiser acessá-la. As releituras surgiram mais atuais do que nunca. A música de Sérgio Mendes, por exemplo, que foi sucesso na década de 1960, é hoje reverenciada não só pelos mais velhos, mas por pessoas de todas as idades e voltou com força total, remixada, regravada ou simplesmente reproduzida. Pode ser ouvida nos quatro cantos do mundo, em bares descolados, boites, aparelhos de MP3 e – lá está ela – nos velhos bolachões de vinil.

E eu, que ainda me espanto com a modernidade do MP3 (sei que já existe até MP6 e outros bem além disso, mas para mim o MP3 já é ficção científica tornada realidade) tenho feito uma verdadeira salada musical à base de músicas antigas que chegam até mim da forma mais moderna possível! Isso é que é modernidade.